Recuperação da Lagoa da Pampulha, Belo Horizonte (SUDECAP/PBH)
O Reservatório da Pampulha, também conhecido por Lagoa da Pampulha, é um lago artificial que integra o “Complexo Arquitetônico da Pampulha”, em Belo Horizonte – MG. O reservatório foi inaugurado em 1938 e reinaugurado em 1958, após ruptura de sua barragem. Sua bacia hidrográfica compõe a bacia hidrográfica do Rio das Velhas, que por sua vez é parte da bacia hidrográfica do Rio São Francisco. Este reservatório tinha como finalidade principal o abastecimento de água da população de Belo Horizonte. No entanto, a urbanização desordenada, com todas as suas consequências, ocorrida na região da bacia hidrográfica da represa fez com que a Lagoa da Pampulha viesse sofrendo, desde a década de 70, um forte processo de eutrofização e assoreamento, com florações de cianobactérias e crescimento de macrófitas aquáticas.
O Projeto de Recuperação da Qualidade da água da Lagoa da Pampulha tem como objetivo atender aos padrões de classe 3 (CONAMA 357/2005). Através da aplicação do remediador trófico Phoslock® visa-se reduzir o estoque de fósforo no sistema e controlar florações de cianobactérias tóxicas. O tratamento com o remediador começou a ser realizado entre os anos de 2016 e 2017.
Além do tratamento da Lagoa, os serviços incluíram o monitoramento Limnológico mensal da lagoa e afluentes, modelagem matemática de qualidade da água, estudos hídricos e de cargas, gerenciamento de resíduos e gestão ambiental.
Outras atividades relacionadas:
- Caracterização da área de estudo;
- Levantamento de qualidade da água da Lagoa e dos oito tributários no entorno da Lagoa com campanhas mensais em cada sistema. Na Lagoa são amostrados seis pontos, em seis diferentes áreas e nos tributários apenas um ponto por cada tributário. Análises de variáveis físico-químicas e biológicas: Temperatura, Oxigênio Dissolvido, pH, Sólidos totais, Fósforo Total.
- Nitrogênio Total Kjeldahl, Nitrogênio Amoniacal, Nitrato, Nitrito, Orto-fosfato, DBO5, Condutividade elétrica, Sólidos Totais Dissolvidos, Coliformes termotolerantes, Comunidade zooplanctônica, Cianobactérias e Comunidade Fitoplanctônica.
- Uso do modelo matemático DELFT 3D para modelagem oceânica e de qualidade da água:
- Modelagem da qualidade da água simulando as seguintes variáveis: Fósforo total, Ortofosfafto, Amônia, Nitrato, Oxigênio Dissolvido, DBO, Carbono Orgânico Total, Alcalinidade, Sólidos Totais.
Resultado após primeira fase:
Ao longo de 2016, a Lagoa da Pampulha apresentou melhorias evidentes na qualidade de suas águas devido ao tratamento conduzido com o remediador Phoslock®. Os dados do monitoramento realizado em Janeiro de 2017 representam os resultados alcançados após a conclusão da primeira fase de tratamento intensivo. Esses resultados indicam o sucesso do tratamento com alcance dos parâmetros de Classe 3 estabelecidos pela Prefeitura de Belo Horizonte para todas as variáveis indicadoras de eutrofização, com base na Resolução CONAMA 357 de 2005. As reduções em Fósforo Total, Clorofila A e Cianobactérias alcançaram 92%, 87% e 96%, respectivamente, ao final da primeira fase de tratamento.
Com a diminuição das concentrações de fósforo no ambiente e melhoria do estado trófico, foram também observadas alterações positivas na estrutura da comunidade fitoplanctônica, com aumento na abundância de Cryptophyceae e Chlorophyceae e queda de Cyanophyceae. Em conjunto à isso, observam-se valores bastante baixos de DBO decorrentes de uma menor demanda de oxigênio para degradação de matéria orgânica e consequente maior capacidade de depuração da Lagoa da Pampulha.
- Igrejinha – antes e depois do tratamento.
- Mergulhão – antes e depois do tratamento.
- Casa do Baile – antes e depois do tratamento.
Contudo, mesmo com o enquadramento da água da Lagoa da Pampulha em Classe 3, ela continua sujeita a variações em sua qualidade, pois se trata de um lago urbano sob influência direta de poluição difusa em função da lavagem do solo pelas chuvas, eventuais vazamentos no sistema de esgotamento sanitário, lançamento de efluentes domésticos e/ou industriais clandestinos)
Pelo fato de as cargas serem muito elevadas, é fundamental a manutenção contínua da Lagoa da Pampulha.
Com isso, a paralização dos serviços em março de 2018 resultou em quadro agravado de eutrofização ao final da estiagem de 2018, demandada intensificação do tratamento para retomada dos padrões de Classe 3. A retomada do tratamento em outubro que já possibilitou uma melhoria significativa de todos parâmetros em janeiro de 2019. As metas de DBO e coliformes são mais facilmente alcançadas, porém o fósforo, responsável pela trofia do ecossistema, por se acumular no sedimento e biomassa de algas, necessita de maior tempo para enquadramento.
Desde a retomada do tratamento com os remediadores Phoslock® e Enzilimp®, em outubro de 2018, a Lagoa da Pampulha tem apresentado melhoras significativas na qualidade de suas águas, alcançando bons resultados, mesmo diante de desafios importantes.